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CLÁSSICOS DA MÚSICA: The Smiths | The Queen Is Dead

por johnny, 24 de ago. de 2010

O ano de 1986 foi marcado por grandes acontecimentos, contribuindo com fatos que marcaram a década: Chernobyl é assolada por um desastre nuclear.; o plano cruzado é criado; Peter Gabriel lança um dos álbuns mais importantes do mundo pop "So"e aconteceu a explosão do ônibus espacial americano Challenger.

Mas também foi um ano espetacular para a música inglesa. Em julho de 86 o grupo de manchester The Smiths lança o álbum que é considerado sua obra prima, "THE QUEEN IS DEAD". Revistas como Spin, Melody Maker e Rolling Stone elegeram como um dos 10 melhores álbuns de todos os tempos. E não foi a toa. Todo esse prestígio alcançado tem seu motivo: The Queen Is Dead é de uma beleza imaculada e permanece como um dos mais belos discos de rock de todos os tempos.

Antes de mais nada vale ressaltar que o Smiths foi uma banda revolucionária para a época, eles foram os responsáveis pela revolução do rock britânico, botando um fim na era dos sintetizadores e trazendo de volta as guitarras. As letras de Morrissey - de quebra, ultra polêmicas - se adaptavam perfeitamente às melodias de Johnny Marr (talvez a maior dupla da historia do rock, depois de Lennon/Mcartney e Jagger/Richards) e juntamente com Andy Rouke(baixista) e Mike Joyce( baterista) formaram o The Smiths, a banda mais importante da inglaterra dos anos 80.

O álbum, assombroso mas, ao mesmo tempo hilariante, é um ataque selvagem a familia real,principalmente a Margareth Thatcher, que na época ocupava o cargo de primeira ministra. A dama de ferro, como era conhecida, conservadora até a medúla e com cara de poucos amigos, chegou no poder fazendo varias reformas trabalhistas, defendendo o fim da educação gratuita, a privatização de várias empresas e a criação de novos impostos.

O desemprego aumentou muito naquela época e isso causou a fúria dos ingleses e Moz, claro, não deixou passar em branco e desabafou todo o seu odio por Thatcher e a então, atual rainha da inglaterra Elisabeth II gritando que a rainha está morta e os jovens não precisam mais se preocupar. Simplismente sensacional.

As letras de Morrissey, com referências homossexuais estão presentes nas canções "The Boy With the Thorn in His Side" e "There´s a Light That Never Goes Out", esta, considerada a mais bela de todas, e não é por menos. O refrão cortante em que o sagaz Moz canta o desejo de morrer ao lado da amada (ou do amado), morte essa abençoada, pois o prazer e o privilégio de morrer seriam dele. "Cemtery Gates" é uma crítica aos criticos que acusam moz de plagiar Oscar Wilde:

"Não plagie ou pegue "emprestado"
Porque há sempre alguém, em algum lugar
que é narigudo e sabe
E que te passa uma rasteira e ri
Quando você cai
E que te passa uma rasteira e ri
Quando você cai"


Em "Bigmouth Strikes Again"o desbocado Moz ataca outra vez, e é condenado por isso. agora ele sabe como Joana D'Ark se sentiu. Na verdade a letra insinua que o que Morrissey fala é tão ofensivo a ponto de não merecer fazer parte da raça humana. Uma auto critica bem cínica sobre o teor das letras, polêmicas e que incomodavam os burgueses da Inglaterra."Some Girls are Bigger Than Other", apesar de ter uma letra simples, dá margens a várias interpretações por sua suposta anbiguidade.

The queen is dead será sempre lembrado pela beleza e enorme influência que causou nas bandas brasileiras, especialmente o Legião Urbana, que apossou temas como angustia e solidão em suas músicas. Mas nenhuma banda conseguiu alcançar a qualidade dessa obra prima dos anos 80, que sempre será lembrado com o maior trabalho já feito pelo grupo.


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